quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Estudo mostra eficácia de planta aquática para recuperar ambiente impactado por minério de ferro



Luciana Constantino | Agência FAPESP – Pesquisadores brasileiros destrincharam os mecanismos de absorção de ferro por vegetação estuarina e, com esse resultado, apontam um caminho promissor para a recuperação de água e de solo afetados por desastres ambientais, como o provocado pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG).

Estudo publicado em janeiro no Journal of Hazardous Materials concluiu que a taboa (Typha domingensis), uma planta aquática comum em várias regiões, é eficaz no processo de mitigação de impactos em ambientes afetados por rejeitos de minério de ferro.

O trabalho de campo foi realizado no estuário do Rio Doce, distrito de Regência (ES), que recebeu parte dos 50 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos de minério de ferro liberados após o maior desastre ambiental registrado no Brasil. Os cientistas avaliaram o papel da Typha domingensis (planta com cerca de 2,5 metros de altura e espigas cor café) e do Hibiscus tiliaceus (que mede de 4 a 10 metros e tem flores amarelas) na biogeoquímica do ferro e seu potencial para programas de fitorremediação, como são chamados os processos de recuperação ambiental utilizando plantas como agentes de purificação.

A Barragem do Fundão, construída para acomodar resíduos provenientes da extração de minério de ferro na região de Mariana, rompeu em 5 de novembro de 2015, chegando ao estuário duas semanas depois. Afetou 41 cidades em Minas Gerais e Espírito Santo e provocou a morte de 19 pessoas. Estima-se que a degradação ambiental atingiu 240,8 hectares de Mata Atlântica e resultou em 14 toneladas de peixes mortos. Várias ações vêm sendo adotadas desde então para tentar reduzir os danos.

“A pesquisa concluiu que a Typha, em comparação ao hibisco, é mais eficiente devido a características de seu sistema radicular [raízes], capacidade de acidificação muito maior, além de acumular mais ferro na parte aérea. Esse resultado é importante para pensarmos em estratégias de fitorremediação no futuro”, avalia Tiago Osório Ferreira, professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), e orientador do estudo.

O trabalho é parte do doutorado de Amanda Duim Ferreira, primeira autora do artigo, e recebeu apoio da FAPESP por meio de outros quatro projetos (18/04259-2, 19/02855-0, 19/19987-6, 18/08408-2).

“A acumulação de ferro pela taboa e sua possibilidade de remediação são novidades. Além da vantagem da Typha em relação ao hibisco, por acumular maior quantidade de ferro na parte aérea e possibilitar o manejo de maneira mais fácil, essa planta tem crescimento rápido”, explica Duim Ferreira à Agência FAPESP.

Já o professor ressalta que o trabalho do grupo avança em relação a outros estudos realizados porque faz uma ligação entre as áreas geoquímica dos solos e biológica, com resultados consistentes, tendo o ferro como foco. Nos últimos anos, os alvos de pesquisa têm sido os chamados elementos-traço, ou seja, elementos químicos que mesmo em baixas concentrações no ambiente podem vir a ser uma fonte potencial para a poluição ambiental, como níquel, cromo, cobre e chumbo.

O ferro, por sua abundância e papel de micronutriente para as plantas, raramente é visto como um contaminante. No entanto, em solos alagados, com baixa oxigenação, como no caso do estuário, os microrganismos podem usar a matéria orgânica e óxidos de ferro para obter energia. Esse processo leva à dissolução dos óxidos (oxirredução) e à liberação de elementos potencialmente tóxicos associados a eles. Assim, os contaminantes chegam a água, animais, plantas e solo, afetando o ecossistema e representando um risco ambiental.

Como funciona

As plantas adaptadas a ambientes alagados precisam oxigenar seu sistema radicular (responsável pela fixação, além da absorção de água e de sais minerais). Para isso, capturam o oxigênio da atmosfera por meio da parte aérea, levando-o até a raiz por espaços porosos, chamados aerênquimas. Quando o oxigênio entra em contato com o ferro, oxida e o metal se deposita como placas na superfície radicular, formando uma barreira.

Na Typha, além de o volume radicular ser grande, sua porosidade radicular (espaço vazio para passar oxigênio) e volume de aerênquima são maiores, proporcionando oxigenação e fazendo com que tenha mais placas de ferro. Essas placas atuam como um tampão, regulando a quantidade de ferro que entra na planta. Já no hibisco, elas agem como uma barreira contra a acumulação aérea.

Com isso, a taboa apresentou concentrações de ferro na parte aérea (3.874 miligramas de ferro por quilo de matéria seca de planta) até dez vezes maiores do que o hibisco.

“Quando fizemos os primeiros trabalhos de campo no estuário do Rio Doce, em 2015, ainda havia ilhas sem vegetação, extremamente arenosas. Com os rejeitos trazidos após o desastre de Mariana, muitas delas foram colonizadas por plantas, em boa parte por taboa, que veio depois”, afirma o professor, ao lembrar que o grupo de pesquisa atua no local há mais de seis anos.

Coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Geoquímica de Solos da Esalq-USP, ele cita outras pesquisas realizadas no local que já foram publicadas. Uma delas foi a do pesquisador Hermano Queiroz, também realizada com apoio da FAPESP, que mostrou que, mesmo após dois anos da chegada dos rejeitos, ainda havia uma liberação constante de manganês dos solos do estuário para a água. Com isso, duas espécies de peixe comumente consumidas pela população local apresentavam altas concentrações do minério (leia mais agencia.fapesp.br/35505/).

“Depois desses anos de pesquisa, conseguimos traçar estratégias de fitorremediação com mais segurança e consistência”, completa Osório Ferreira.

Agora, o trabalho da doutoranda entrou em nova etapa em que ela está realizando mais dois experimentos em campo. Em um deles vem testando fertilizantes para aumentar a produção de biomassa e a quantidade de metais absorvidos pela taboa.

A proposta é avaliar uma combinação com o uso de ácidos orgânicos, bactérias redutoras de ferro e práticas agronômicas (como frequência ideal de corte, densidade de plantio e fertilização). O objetivo é manejar a planta para reduzir o tempo necessário para a fitorremediação.

O artigo Iron hazard in an impacted estuary: Contrasting controls of plants and implications to phytoremediation, dos pesquisadores Amanda Duim Ferreira, Hermano Melo Queiroz, Xosé Luis Otero, Diego Barcellos, Angelo Fraga Bernardino e Tiago Osório Ferreira, pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0304389422000048?via%3Dihub#!.
 


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Organizações de proteção animal pedem à OMS o fim do comércio de animais silvestres



Mais de 200 organizações de todo o mundo emitiram uma carta para a Organização Mundial da Saúde (OMS) pedindo a proibição permanente do comércio de animais silvestres

São Paulo, 07 de abril de 2020 - Mais de 200 organizações de todo o mundo se juntaram para pedir o banimento do comércio de animais silvestres e o fim do uso dessas espécies pela medicina tradicional. Em carta enviada hoje, 07 de abril, dia mundial da saúde, à Organização Mundial da Saúde (OMS), os signatários, incluindo a Proteção Animal Mundial, organização global que trabalha em prol do bem-estar animal, destacaram as suspeitas que relacionam o surgimento da COVID-19 com o mercado de vida silvestre na China e apelaram para que a OMS tome as medidas cabíveis para cumprir a sua missão de servir a saúde pública em todos os momentos, recomendando que os governos proíbam permanentemente o comércio da vida silvestre para qualquer fim.
Para as organizações, a proibição do comércio de animais silvestres ajudaria a proteger a vida humana de futuras pandemias como o novo coronavírus, uma vez que, 60% das doenças infecciosas emergentes são de origem animal e, acredita-se que 70% delas provêm de animais selvagens.
A carta afirma que, embora seja necessária uma resposta global na detecção, tratamento e redução da transmissão do COVID-19, é igualmente necessário tomar medidas para evitar futuras infecções semelhantes, que afetem o bem-estar social e econômico do mundo. "É urgentemente necessário proibir o comércio de vida silvestre em todo o mundo. Além de evitar condições não regulamentadas e não higiênicas para os animais, o banimento evitaria a proximidade entre humanos e essas espécies exploradas, que gera a oportunidade perfeita para a propagação de patógenos", afirma a diretora-executiva da Proteção Animal Mundial, Helena Pavese.
Segundo as organizações, o risco da contaminação dos seres humanos por vírus provenientes dos animais silvestres é ainda mais agravado pelas condições cruéis nas quais os animais são criados ou capturados na natureza, transportados e mantidos em mercados. A aglomeração de diferentes espécies sendo mantidas em conjunto causa imenso estresse, enfraquecendo o sistema imunológico e as deixando mais suscetível a doenças.
"A OMS pode ajudar a prevenir futuras pandemias, pedindo que os governos excluam o uso da vida selvagem como matéria-prima para fórmulas de remédios da medicina tradicional e banindo, por completo, o comércio de animais silvestres. Essas ações podem salvar milhões de vidas no futuro e proteger milhões de animais silvestres que são desnecessariamente e cruelmente cultivados ou caçados da natureza para abastecer essa indústria", finaliza Helena.
As mais de 200 organizações pedem à OMS que:
- Recomende aos governos de todo o mundo que instituam uma proibição permanente dos mercados de vida silvestres, estabelecendo um vínculo entre esta prática e suas ameaças comprovadas à saúde humana;
- Recomende aos governos que lidem com os riscos potenciais à saúde humana do comércio de animais silvestres - incluindo coleta da natureza, pecuária, agricultura, transporte e comércio através de mercados físicos ou online para qualquer finalidade - e ajam para fechar ou limitar tais comércio, a fim de mitigar esses riscos;
- Exclua o uso de animais selvagens, inclusive de espécimes criados em cativeiro, na definição e endosso da Medicina Tradicional da OMS e revise a Estratégia de Medicina Tradicional 2014-2023 da OMS de acordo para refletir essa mudança;
- Ajude os governos e lidere uma resposta coordenada entre a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e outras organizações multilaterais em todo o mundo em atividades de conscientização para informar claramente os riscos do comércio de vida silvestre para a saúde pública, coesão social, estabilidade econômica, lei e ordem e saúde individual;
- Apoie e incentive iniciativas que forneçam fontes alternativas de proteína aos consumidores de animais selvagens de subsistência, a fim de reduzir ainda mais o risco para a saúde humana.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Indústria discute a importância do pós-uso de todos os materiais que produz durante Seminário de Logística Reversa

 

 

 

13/11/2019

Indústria discute a importância do pós-uso de todos os materiais que produz durante Seminário de Logística Reversa

Evento marcou o lançamento da Rota Estratégica de Economia Circular, que oferece uma estratégia sustentável para o reaproveitamento de resíduos

Crédito: Divulgação/Fiep

Industriais de todo o Paraná participaram nesta terça-feira (12 de novembro), no Campus da Indústria, em Curitiba, no 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Instituto Paranaense de Reciclagem (Inpar), reuniu especialistas no tema e entidades que estão promovendo ações voltadas à preservação do meio ambiente por meio da logística reversa.

"Os industriais devem ter um olhar atento sobre tudo o que produz e sobre o pós-uso de seus produtos. Cabe a nós, como industriais, vermos toda a cadeia, incluindo nossos distribuidores, vendedores e consumidores atentando para tudo o que vai voltar após o uso", disse o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, na abertura do evento.  "Mas a responsabilidade é de todos: governo, indústria, comerciante e o público consumidor", acrescentou.

O presidente do Inpar, Rommel Barion, explicou que a execução de ações de logística reversa traz benefícios econômicos e ambientais que impactam toda a sociedade. "A logística reversa busca reaproveitar materiais e resíduos por meio de um processo produtivo que tem a capacidade de oferecer maior eficiência operacional, redução de custos e a oportunidade de gerar novos negócios. Isso sem falar nos benefícios ao meio ambiente", explicou.

O presidente do Instituto das Águas, José Luiz Scroccaro, que representou o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Marcio Nunes, lembrou que o Paraná foi um dos primeiros estados brasileiros a iniciar a Logística Reversa e que tem exemplos significativos com o recolhimento de embalagens de agrotóxicos e de pneus.  

Economia circular – O 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa marcou o lançamento da Rota Estratégica da Economia Circular no Paraná, um estudo desenvolvimento pelo Observatório Sistema Fiep que orienta as indústrias sobre o tema. "Economia Circular é uma estratégia sustentável que tem como propósito manter produtos, componentes e materiais no seu mais alto nível de utilidade e valor pelo maior tempo possível dentro dos processos produtivos", explicou Marília de Souza, gerente do Observatório. De acordo com ela, a economia circular pressupõe uma ruptura com o processo tradicional e linear de produção, onde a gente extrai, transforma, usa e descarta. "No modelo proposto se prevê a circulação da matéria prima pelo maior tempo possível num mesmo ou em diferentes processos produtivos, com vista a inimizar o impacto sobre o meio ambiente", observa.

Marília contextualizou a discussão em torno deste tema no cenário mundial informando que o ponto de ruptura foi o Plano de Ação de Economia Circular da União Europeia, lançado em 2015. "Este plano de ação estabeleceu metas e horizontes temporais bastante claros. Para 2035, propõe que 65% dos resíduos municipais e que 70% dos resíduos de embalagens sejam reciclados, por exemplo. "Isso vai mudar completamente a maneira com que nos relacionamentos com a União Europeia em termos de comércio internacional", alertou.

 "O mundo está se movimentando. São criadas regras que podem parecer simples, mas que mudam profundamente a maneira como nossas empresas terão que operar. Ela citou o exemplo dos eletrodomésticos, até então fabricados numa lógica de obsolescência programada, ou seja, eram construídos para durar pouco e serem trocados rapidamente. "Agora é uma outra forma de pensar. Temos que nos adequar, do contrário somos excluídos do processo e ficamos descolados daquilo que o mundo quer", alertou.

No Brasil, segundo Marília, há algumas iniciativas, mas todas dispersas.  Ela informou que está em processo de elaboração uma ISO orientada à economia circular.  Na medida em que esta norma passe a vigorar, mudam as condições de controle", disse.

A indústria na economia circular - O especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Wanderley Coelho Baptista explicou ao público que hoje as questões ambientais estão entre as principais preocupações globalmente. Segundo ele, o modelo econômico linear de produção-consumo-descarte está atingindo seu limite. "Precisamos olhar para os negócios de maneira sustentável e encontrar soluções para uma utilização mais eficiente dos nossos recursos, com estratégias de atuação que vão desde a extração da matéria prima até a chegada ao consumidor final", explica.

Ele apresentou algumas ações relacionadas à economia circular que a CNI vem realizando desde 2014, o que incluem estudos sobre a economia circular, a indústria 4.0 e um documento de intenções dirigido aos presidenciáveis em 2018. Em 2019, a entidade divulgou uma pesquisa que apontou que, ainda que 70% das indústrias não soubesse o que é economia circular, 76,4% delas já colocavam em prática ações relacionadas ao tema, como otimização de processos, insumos circulares e recuperação de recursos.

O estudo apontou que, para desenvolver o tema, é necessário investir em políticas públicas específicas, o que inclui um tratamento tributário diferenciado, ações educativas, parcerias entre os poderes público e privado e o financiamento para acesso a recursos. "Nosso objetivo é que a indústria brasileira tenha em sua identidade a característica de ser sustentável. Se os diferentes atores desse processo atuarem de maneira cooperada podemos nos tornar uma referência nesse sentido", ressaltou.

Para exemplificar como a cooperação já contribui para ações concretas de logística reversa, o gerente de sustentabilidade da ABINEE (Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica), Henrique Mendes, falou sobre o processo de publicação do Acordo Setorial de Eletroeletrônicos, assinado em 31 de outubro. O acordo prevê duas fases até que se atinja a meta de 17% de coleta de equipamentos e componentes no Brasil. Outra meta é instalar cinco mil pontos de coleta de eletroeletrônicos em 400 municípios do país, visando atingir o consumidor final.

Para que as metas sejam atingidas, as indústrias do segmento criaram a entidade gestora Green Eletron, que visa envolver e conscientizar fabricantes, importadores e distribuidores em torno da questão. A entidade promove ações de conscientização, a instalação de equipamentos coletores, a promoção de parcerias com lojas de varejo e a capacitação de profissionais para a reutilização dos materiais. "Queremos reaproveitar ao máximo os recursos que foram utilizados e garantir que tudo virará matéria-prima. Para isso, procuramos oferecer incentivos às indústrias que participam desse processo", afirma.

 

 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Assembleia Popular Estadual da Água


O Coletivo de Luta pela Água convida todas e todos a participarem da Assembleia Popular Estadual
da Água que se realizará no sábado dia 30 de setembro das 10 às 17h no Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo Osasco e Região: Rua São Bento, 413,Salão Azul do Edifício Martinelli, Centro, São Paulo.
Há vários problemas relacionados com a Sabesp e as companhias municipais de água e saneamento,
o aumento da tarifa de água e esgoto, a privatização destes serviços e a ameaça de destruição das
nascentes de rios.
O objetivo deste encontro é reunir diversas entidades, sindicatos, movimentos sociais, movimentos
ambientais, grupos e comunidades para mapear as reivindicações e os conflitos existentes em relação a água, nos seus mais variados aspectos.
O mapeamento nos apoiará na organização das lutas concretas em defesa da água em cada localidade
e na criação das condições para unificação dessas lutas em São Paulo, para superar os problemas
que afetam a muitas comunidades.
Ao final da Assembleia pretendemos lançar o Comitê em São Paulo de preparação do Fórum Alternativo Mundial da Água FAMA 2018 que se realizará em Brasília nos dias 17, 18 e 19 de Marco de 2018.
Contamos com sua participação e o seu apoio na mobilização e divulgação deste encontro entre pessoas do campo e da cidade.
Esperamos você por lá.
Água é um direito humano, não mercadoria

quinta-feira, 8 de junho de 2017

 

Paraná, 8 de junho de 2017 – A Klabin identificou pela primeira vez em sua área florestal no Paraná uma onça-pintada, felino considerado criticamente ameaçado e vulnerável, de acordo com as listagens Estadual, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), e Federal, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O animal foi visualizado na Fazenda Monte Alegre, área florestal da companhia localizada no município de Telêmaco Borba (PR).


O registro da espécie Panthera onca, que há mais de 20 anos não era vista nessa região do Paraná, foi possível devido ao monitoramento da fauna realizado pela Klabin, em parceria com a Consultoria Casa da Floresta, a partir de câmeras fotográficas noturnas, que captam ininterruptamente movimentos nas áreas observadas. Esse tipo de monitoramento já permitiu o reconhecimento de cerca de 136 mamíferos desde 2011, totalizando 12.960 horas ao longo dos seis anos de atividade.


A identificação da onça-pintada é um indicador positivo do desempenho do manejo florestal em forma de mosaico realizado pela Klabin. Ao integrar florestas plantadas de pínus e eucalipto a matas nativas preservadas, o sistema permite a formação de corredores ecológicos, que possibilitam a convivência e o trânsito da fauna nativa em seu habitat natural e contribuem diretamente na proteção do solo e da biodiversidade. A companhia, que preserva mais de 40% de sua extensão florestal total, possui 229 mil hectares de florestas plantadas com pínus e eucalipto e 214 mil hectares de florestas nativas.


A Panthera onca, maior felino do continente americano e único desse espaço pertencente ao gênero Panthera, habita desde o norte da Argentina até o sul dos Estados Unidos, e sua maior concentração está nas florestas tropicais brasileiras. Sua pele é amarelada com manchas escuras, possui membros curtos e a cabeça grande e arredondada. Por conta do desmatamento, que resulta na perda de habitat e, consequentemente, na redução de abundância de presas e no aumento de caça, sua presença foi consideravelmente reduzida. Na Mata Atlântica brasileira, onde houve grande modificação da paisagem, estima-se que nos últimos 15 anos a população de onça-pintada tenha diminuído em pelo menos 80%, restando apenas cerca de 300 indivíduos divididos em oito subpopulações da espécie.  Sua presença e abundância dependem de fatores como presença significativa de água e vegetação nativa bem preservada, que permitem o aparecimento de diferentes espécies de animais que pertencem à cadeia alimentar da onça-pintada. Estas características são singulares e são encontradas nas áreas que a Klabin mantém.

 

 



 

domingo, 4 de junho de 2017

No Dia do Meio Ambiente, entidades lançam Fórum Alternativo Mundial da Água

 

 




No Dia do Meio Ambiente, entidades lançam Fórum Alternativo Mundial da Água

A água é um direito, não mercadoria. Esse é conceito que marcará o lançamento do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA, no próximo dia 5 de junho, onde será divulgado o Manifesto de objetivos e o Chamamento aos Povos.

Iniciativa de dezenas de entidades da sociedade civil, de defesa do meio ambiente, de representação sindical de trabalhadores e movimentos sociais do Brasil e do exterior, o FAMA coloca-se em defesa da água como direito.

O FAMA ocorrerá em março de 2018, em Brasília, se opondo ao chamado 'Fórum oficial', que é patrocinado por empresas que têm como meta impulsionar a mercantilização da água.

Início de ações

O FAMA deve retratar e promover a tomada de consciência política e o empoderamento da sociedade e pretende reunir a sociedade civil – representada nos movimentos sociais, entidades sindicais, organizações ambientais, comunidades indígenas e autóctones ameaçadas de serem expulsas de suas terras, personalidades do mundo acadêmico-científico, camponeses, entre outros – para debater e decidir formas de impedir que esse processo destruidor continue se alastrando por todo o planeta.

Nesse sentido, o lançamento é o início de uma série de ações e atividades para envolver a sociedade nesse debate e convidá-la para ajudar na construção do Fórum Alternativo, divulgando e participando.

Anhangabaú – um lugar simbólico para o lançamento

O lançamento será na livraria Tapera Taperá, próximo à região do Anhangabaú, local de grande simbolismo para o abastecimento de água na cidade de São Paulo.

Em 1744 foi construído o primeiro chafariz da cidade com águas do rio Anhangabaú, mas ele era particular e pertencia aos franciscanos, instalado dentro do claustro. Dois anos depois, em 1746, foi inaugurado o primeiro chafariz público - o Tanque Municipal -, logo seguido pelo Tanque de Santa Teresa, ambos abastecidos também das águas do Anhangabaú. Essas foram as primeiras alternativas de abastecimento da cidade. Em 1910, o rio Anhangabaú foi canalizado e tornou-se o Parque do Anhangabaú.


LANÇAMENTO DO FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA – FAMA
5 de junho de 2017 – segunda-feira
às 11 horas
Livraria Tapera Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar – São Paulo-SP (Galeria Metrópole)