terça-feira, 12 de setembro de 2017
Assembleia Popular Estadual da Água
O Coletivo de Luta pela Água convida todas e todos a participarem da Assembleia Popular Estadual
da Água que se realizará no sábado dia 30 de setembro das 10 às 17h no Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo Osasco e Região: Rua São Bento, 413,Salão Azul do Edifício Martinelli, Centro, São Paulo.
Há vários problemas relacionados com a Sabesp e as companhias municipais de água e saneamento,
o aumento da tarifa de água e esgoto, a privatização destes serviços e a ameaça de destruição das
nascentes de rios.
O objetivo deste encontro é reunir diversas entidades, sindicatos, movimentos sociais, movimentos
ambientais, grupos e comunidades para mapear as reivindicações e os conflitos existentes em relação a água, nos seus mais variados aspectos.
O mapeamento nos apoiará na organização das lutas concretas em defesa da água em cada localidade
e na criação das condições para unificação dessas lutas em São Paulo, para superar os problemas
que afetam a muitas comunidades.
Ao final da Assembleia pretendemos lançar o Comitê em São Paulo de preparação do Fórum Alternativo Mundial da Água FAMA 2018 que se realizará em Brasília nos dias 17, 18 e 19 de Marco de 2018.
Contamos com sua participação e o seu apoio na mobilização e divulgação deste encontro entre pessoas do campo e da cidade.
Esperamos você por lá.
Água é um direito humano, não mercadoria
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Paraná, 8 de junho de 2017 – A Klabin identificou pela primeira vez em sua área florestal no Paraná uma onça-pintada, felino considerado criticamente ameaçado e vulnerável, de acordo com as listagens Estadual, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), e Federal, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O animal foi visualizado na Fazenda Monte Alegre, área florestal da companhia localizada no município de Telêmaco Borba (PR).
O registro da espécie Panthera onca, que há mais de 20 anos não era vista nessa região do Paraná, foi possível devido ao monitoramento da fauna realizado pela Klabin, em parceria com a Consultoria Casa da Floresta, a partir de câmeras fotográficas noturnas, que captam ininterruptamente movimentos nas áreas observadas. Esse tipo de monitoramento já permitiu o reconhecimento de cerca de 136 mamíferos desde 2011, totalizando 12.960 horas ao longo dos seis anos de atividade.
A identificação da onça-pintada é um indicador positivo do desempenho do manejo florestal em forma de mosaico realizado pela Klabin. Ao integrar florestas plantadas de pínus e eucalipto a matas nativas preservadas, o sistema permite a formação de corredores ecológicos, que possibilitam a convivência e o trânsito da fauna nativa em seu habitat natural e contribuem diretamente na proteção do solo e da biodiversidade. A companhia, que preserva mais de 40% de sua extensão florestal total, possui 229 mil hectares de florestas plantadas com pínus e eucalipto e 214 mil hectares de florestas nativas.
A Panthera onca, maior felino do continente americano e único desse espaço pertencente ao gênero Panthera, habita desde o norte da Argentina até o sul dos Estados Unidos, e sua maior concentração está nas florestas tropicais brasileiras. Sua pele é amarelada com manchas escuras, possui membros curtos e a cabeça grande e arredondada. Por conta do desmatamento, que resulta na perda de habitat e, consequentemente, na redução de abundância de presas e no aumento de caça, sua presença foi consideravelmente reduzida. Na Mata Atlântica brasileira, onde houve grande modificação da paisagem, estima-se que nos últimos 15 anos a população de onça-pintada tenha diminuído em pelo menos 80%, restando apenas cerca de 300 indivíduos divididos em oito subpopulações da espécie. Sua presença e abundância dependem de fatores como presença significativa de água e vegetação nativa bem preservada, que permitem o aparecimento de diferentes espécies de animais que pertencem à cadeia alimentar da onça-pintada. Estas características são singulares e são encontradas nas áreas que a Klabin mantém.
domingo, 4 de junho de 2017
No Dia do Meio Ambiente, entidades lançam Fórum Alternativo Mundial da Água
No Dia do Meio Ambiente, entidades lançam Fórum Alternativo Mundial da Água
A água é um direito, não mercadoria. Esse é conceito que marcará o lançamento do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA, no próximo dia 5 de junho, onde será divulgado o Manifesto de objetivos e o Chamamento aos Povos.
Iniciativa de dezenas de entidades da sociedade civil, de defesa do meio ambiente, de representação sindical de trabalhadores e movimentos sociais do Brasil e do exterior, o FAMA coloca-se em defesa da água como direito.
O FAMA ocorrerá em março de 2018, em Brasília, se opondo ao chamado 'Fórum oficial', que é patrocinado por empresas que têm como meta impulsionar a mercantilização da água.
Início de ações
O FAMA deve retratar e promover a tomada de consciência política e o empoderamento da sociedade e pretende reunir a sociedade civil – representada nos movimentos sociais, entidades sindicais, organizações ambientais, comunidades indígenas e autóctones ameaçadas de serem expulsas de suas terras, personalidades do mundo acadêmico-científico, camponeses, entre outros – para debater e decidir formas de impedir que esse processo destruidor continue se alastrando por todo o planeta.
Nesse sentido, o lançamento é o início de uma série de ações e atividades para envolver a sociedade nesse debate e convidá-la para ajudar na construção do Fórum Alternativo, divulgando e participando.
Anhangabaú – um lugar simbólico para o lançamento
O lançamento será na livraria Tapera Taperá, próximo à região do Anhangabaú, local de grande simbolismo para o abastecimento de água na cidade de São Paulo.
Em 1744 foi construído o primeiro chafariz da cidade com águas do rio Anhangabaú, mas ele era particular e pertencia aos franciscanos, instalado dentro do claustro. Dois anos depois, em 1746, foi inaugurado o primeiro chafariz público - o Tanque Municipal -, logo seguido pelo Tanque de Santa Teresa, ambos abastecidos também das águas do Anhangabaú. Essas foram as primeiras alternativas de abastecimento da cidade. Em 1910, o rio Anhangabaú foi canalizado e tornou-se o Parque do Anhangabaú.
LANÇAMENTO DO FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA – FAMA
5 de junho de 2017 – segunda-feira
às 11 horas
Livraria Tapera Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar – São Paulo-SP (Galeria Metrópole)
sábado, 13 de maio de 2017
UFSCar e Natura se unem para preservação e manejo de espécie ameaçada da Amazônia
Finalista em prêmio, projeto sobre a conservação da ucuuba pode ser votado pelo site do Ministério do Meio Ambiente
O projeto "Conservação e Manejo de Recursos Genéticos de Ucuuba", realizado em parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a empresa de cosméticos Natura, é um dos finalistas no Prêmio Nacional de Biodiversidade 2017, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O trabalho foi desenvolvido na região do estuário amazônico, de 2012 a 2016, e desencadeou ações de proteção, manejo e uso sustentável de espécies de várzea amazônica, a partir do conhecimento da biologia e genética das espécies. O foco do projeto foi a espécie ucuuba, árvore ameaçada de extinção, cujas sementes são utilizadas na linha Ekos Ucuuba, da Natura.
O projeto foi coordenado pelo Laboratório de Sementes e Mudas Florestais (Lasem) do Campus Sorocaba da UFSCar, em parceria com o Setor de Inovações Tecnológicas da Natura. Participaram comunidades locais, cooperativas e produtores. Juntos, os parceiros realizaram desde inventários para avaliar a presença das espécies até a definição das técnicas adequadas de manejo de acordo com o conhecimento tradicional.
"A ucuuba sempre teve muito potencial para a utilização do homem, desde a madeira até as sementes. A Natura percebeu a possibilidade de usar essas sementes em cosméticos, mas, para tanto, estabeleceu como condição de manejo promover atividades de conservação da espécie", conta a professora Fatima Piña-Rodrigues, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA) da UFSCar, líder do Lasem e do projeto. Desde 1975, ela estuda e atua na conservação da ucuuba na Amazônia. "Em 1996 conseguimos colocar essa espécie na lista de ameaçadas em extinção e suspender o seu corte para uso madeireiro", lembra a professora cujos estudos foram alvo do interesse da Natura.
"Nossa proposta para a Natura foi ousada. Não poderíamos trabalhar com uma espécie que tem valor social tão grande se não fizéssemos um plano de manejo em conjunto com as comunidades locais", destaca a pesquisadora. O projeto se concentrou na região do estuário amazônico, que compreende toda a região no entorno da Ilha de Marajó (PA), incluindo quatro cidades e suas comunidades. "Pelo histórico, ali se concentrava a primeira etapa de produção da Natura, onde se encontram os fornecedores da matéria-prima", conta Piña-Rodrigues.
No projeto, a Natura foi responsável por identificar as comunidades fornecedoras. "Todo o fornecimento para a empresa teria que seguir o plano de manejo que nós estabelecêssemos. O plano foi desenvolvido a partir do nosso conhecimento técnico-científico na área de conservação, aliado ao conhecimento tradicional das comunidades que fornecem a matéria-prima e ao agente comprador e usuário, no caso, a Natura", explica Piña-Rodrigues. "O trabalho evolvendo os três grupos foi muito produtivo", completa a pesquisadora.
A UFSCar e a Natura atuaram lado a lado com quatro comunidades da região amazônica. Uma delas no município de Cotijuba (PA), com o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB). "Envolvemos jovens, idosos e, principalmente, mulheres; integramos o conhecimento dos idosos à ação dos jovens e das mulheres, para empoderá-las", explica Piña-Rodrigues. As outras comunidades envolvidas foram as das cooperativas Cofruta, na cidade de Abaetetuba (PA), que reúne produtores de frutas como açaí, andiroba e de várias espécies como a semente da ucuuba; Cart (Cooperativa Agrícola Resistência de Cametá), na cidade de Cametá (PA); e Caepim (Cooperativa Agrícola de Empreendedores Populares de Igarapé-Mirim).
Etapas do trabalho
O projeto foi dividido em duas etapas principais. Na primeira, foi feito o resgate do conhecimento das comunidades e levantamento do histórico do uso da ucuuba em cada região. Em seguida, a equipe da UFSCar definiu, junto às comunidades e aos técnicos de planejamento da Natura, as estratégias para áreas modelos. "São áreas em que tivemos monitores, ou seja, pessoas das próprias comunidades, donas da terra, que atuavam conosco para colaborar na elaboração do plano de manejo. Também fizemos um curso de capacitação de técnicas para troca de experiências e informações, construindo um modelo de manejo participativo para essas áreas", conta Piña-Rodrigues.
Na segunda etapa, foi realizado o inventário, com o levantamento de árvores da ucuuba e outras espécies potenciais. "Costumamos dizer que uma espécie está sempre 'casada' com outras como, por exemplo, a andiroba e o açaí. Então, o ideal é que as comunidades fizessem o manejo da maneira sustentável, considerando não apenas a ucuuba", afirma a pesquisadora da UFSCar.
Na sequência, durante um ano, a UFSCar realizou estudos de genética com coleta de material de cada uma das árvores. "Verificamos se, quando levamos a semente, não retiramos material genético e causamos o empobrecimento daquela área, diminuindo a variabilidade dessa população natural. Assim, poderíamos atuar sem causar danos genéticos, contribuindo, então, para a conservação genética da área", detalha a pesquisadora. Com base nesse estudo, os fornecedores da Natura têm a responsabilidade de cuidar das áreas de acordo com as práticas de bom manejo estabelecidas de forma participativa com as comunidades envolvidas. Uma das diretrizes do Manual de Boas Práticas elaborado, por exemplo, é de que a cada 20 quilos de fruto seco de ucuuba vendidos para a empresa, devem ser plantadas duas mudas.
"Além disso, preconizamos várias técnicas de coleta para não causar impacto. Não se pode colher todas as sementes de uma árvore de ucuuba", exemplifica Fátima, "pois uma parte das sementes fica para os animais, outra parte fica para a própria planta para que ela tenha 'filhotes' (termo usado pela própria comunidade para designar as mudas deixadas no campo) e a outra parte, que não seria utilizada pela árvore, é coletada", completa a professora da UFSCar. As práticas de manejo também incluem orientações como limpeza, conservação e transplante de "filhotes" ao sol.
Além da premiação do Ministério do Meio Ambiente, a parceria continua rendendo mais frutos. "Estamos elaborando o Manual de Boas Práticas do Manejo da Ucuuba, que será publicado pela Natura, e escrevendo um livro que reúne dados sobre a ucuuba e de várias espécies que a empresa tem trabalhado", destaca Piña-Rodrigues.
Votação
Os projetos finalistas do Prêmio Nacional de Biodiversidade, do MMA, concorrem na categoria de Juri Popular. Para votar, acesse o link http://pnb.mma.gov.br/juri_popular/, clique no projeto "Conservação e Manejo de Recursos Genéticos" e, em seguida, clique em "Registrar Voto", no final da página. O vencedor do Júri Popular e das demais categorias serão anunciados na cerimônia que ocorrerá no dia 22 de maio de 2017, em Brasília (DF). Mais informações também podem ser obtidas pelo Facebook, na página da Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais.